O Presidente da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, Osmair Gadotti, visivelmente nervoso, decidiu ontem, de forma deliberada, atacar e criticar o trabalho da imprensa. Ele citou apenas o nome da RBN e em tom autoritário, criticou as abordagens feitas sobre o pedido de investigação encaminhado pelo Ministério Público para a casa legislativa.
Sem citar o nome do repórter, o presidente iniciou falando de uma conversa que teve com o jornalista Roni Oliveira e disse que sua resposta não teria sido publicada, sugerindo que a RBN teria escondido alguma informação importante, repassada por ele.
A Reportagem da RBN nunca expõem as suas conversas de bastidores, por respeito às nossas fontes e por ética jornalística. No entanto, já que o presidente criticou a RBN na tribuna da Câmara, a emissora se vê obrigada a prestar alguns esclarecimentos, a bem da verdade.
Na sexta-feira à noite, após a RBN ser marcada nas redes sociais por um vídeo publicado pelo vereador Jeferson Cardozo, o jornalista Roni Oliveira entrou em contato com o Presidente Gadoti, pedindo confirmação sobre o recebimento do ofício ou uma manifestação do presidente sobre o conteúdo do documento enviado Ministério Público. Ouça o jornalista no player abaixo:
No entanto, o presidente preferiu não dizer do que se tratava e se limitou a enviar a seguinte mensagem por watts app:
“Oi. Amigo. Vamos com calma. O documento veio do ministério público. Estou analisando com o jurídico da casa legislativa. No momento certo,divulgaremos.”.
E foi exatamente isso que o jornalista divulgou em vídeo publicado na segunda-feira de manhã, após três dias aguardando o “momento certo” prometido pelo presidente.
No restante da mensagem de texto, o presidente emitiu opiniões pessoais e fez abordagens não questionadas pelo repórter, possivelmente direcionadas para algum colega de legislativo, citando difamação, comentários vazios e leviandades. Temas que não se referiam ao objeto do questionamento inicial. A pauta estava centrada no suposto documento enviado pelo MP, e não aos vídeos publicados por outros vereadores nas redes sociais. A sequência da mensagem do presidente dizia o seguinte:
Creio que não é necessário denegrir o nome da instituição, nem o nome do seu dirigente. Creio que a Câmara legislativa, é muito maior do que qualquer comentário vazio e com contexto difamatório. Sempre fui honesto e transparente e não me dou, às leviandades de nenhum parlamentar, mesmo porque, meu trabalho é honesto, e meu discurso é construtivo..
Mesmo assim, a resposta completa do presidente foi publicada na matéria veiculada na segunda-feira de manhã com o título “Jaraguá: MP pede investigação do prefeito por crime de responsabilidade”
Na terça-feira, durante a sessão, o presidente Gadotti, de forma equivocada, gratuita e sem motivo, relacionou a RBN com o que chamou de “imprensa fantasiosa” e outros termos pejorativos, sugerindo, de forma autoritária, como a imprensa deveria agir em Jaraguá do Sul. Ouça no player abaixo:
A RBN ainda não entendeu o tom e nem as intenções de Gadotti com o seu comentário, falando como presidente da Câmara, em nome da Casa Legislativa.
No seu programa Portal RBN, o jornalista e advogado Roni Oliveira abordou o assunto e questionou – “De que imprensa está falando o Presidente Gadotti? Que imprensa prefere o presidente Gadotti? Aquela imprensa que empurra a sujeira para debaixo do tapete? da imprensa que não fala da CPI do Samae? da imprensa que não fala dos acordos de não persecução penal de cargos de confiança na prefeitura? da imprensa que não fala das investigações na Secretaria de Esporte? da imprensa que não fala das recomendações do MP? da imprensa que não fala do pedido de impeachment protocolado na Câmara?”, desabafou o jornalista. “Estamos falando de gestão pública, de gente que recebe dinheiro público e que deve satisfação para a sociedade. Um homem público precisa aprender a responder perguntas desconfortantes, um homem público, que recebe dinheiro público, precisa prestar contas para a comunidade. E a comunidade, que não pode perguntar, está representada na imprensa”, concluiu.