A rotina de trabalho começa cedo para a equipe de atendimento domiciliar da Unidade Básica de Saúde Garibaldi – UBS Santo Estevão. Depois de uma triagem feita por agentes comunitários é montada uma agenda de atendimentos levando em conta a prioridade de cada situação. Normalmente entre eles estão os casos de pessoas idosas, muitas delas impossibilitadas de ir pessoalmente até a unidade. Normalmente, este tipo de atendimento é prestado por uma equipe composta por profissionais de medicina, enfermagem, auxiliar de enfermagem, assistente social e o próprio agente comunitário.
A coordenadora deste serviço na UBS, Magali Randunz, explica que são feitas em média mais de 100 visitas por mês. “O trabalho do agente comunitário é justamente esse: fazer a primeira abordagem e dependendo o que constata ele traz na, sequência, o restante da equipe para fazer este acompanhamento que pode ser semanal, quinzenal ou até mensal dependendo de cada caso”, explicou.
Na localidade de Santo Estêvão mora uma paciente atendida pela equipe, dona Elisabeta Müller Gascho (a oma Gascho), que justamente nesta sexta-feira (25), completa 95 anos. A simpática senhora, mãe de 10 filhos, é avó de 23 netos e tem 19 bisnetos. Oma Gascho mora no bairro há quase 95 anos. Ela recebeu sorridente a equipe da UBS, sentada à frente da TV na qual assistia a uma missa.
O humor dela não se altera em nenhum instante, nem quando a enfermeira Juliana Giacomelli pede para fazer um furinho em seu dedo indicador para colher uma amostra de sangue para medir sua glicemia ou quando sua pressão arterial é medida.
“Normalmente verifico sinais vitais, damos uma olhada geral no paciente, verificamos se apresenta feridas e passamos orientação. Se precisar, a gente faz curativo também”, explica a enfermeira. Um de seus filhos, Francisco Jair Gascho, acompanha o atendimento prestado pela equipe da UBS. “É um trabalho muito bom mesmo. Ela é muita cuidada, sem contar que não precisamos levá-la até o posto. No geral, a saúde dela está boa. Tem algum remédio aqui, uma pomadinha ali, mas faz parte até pela idade avançada dela. Mas ela é muito disposta”, assegura Francisco.
Tão disposta que ainda lembra de histórias de quando trabalhou como auxiliar de parteira ajudando, segundo ela, muita gente vir ao mundo. “Trabalhava na lavoura e com meu marido tivemos seis meninos e quatro meninas”. A matriarca da família Gascho foi uma das homenageadas nas celebrações da Imigração Húngara em Jaraguá do Sul. Sua casa fica em frente à Igreja que compõem o cenário da Praça que homenageia sua etnia, inaugurada em 2024.
Faceiro, o filho Francisco Gascho lembra humorado: “O bom que sempre é feriado no aniversário da mãe”. Mas neste ano excepcionalmente, as velinhas de Elisabeta serão sopradas em família no domingo já que uma das filhas dela, que reside na Bélgica, não deve chegar a tempo para que a celebração ocorra na sexta. “Não tem problema, o importante é estarmos mais um ano aqui com vocês”, sorri a simpática idosa.