Opinião 16.08: Impeachment, separatismo e CPI do Samae.

IMPEACHMENT

Foi feita a leitura de dois pedidos de impeachment do Prefeito afastado, Luis Antonio Chiodini, na sessão de terça-feira (15) dos vereadores de Guaramirim. A admissibilidade do pedido será votada nesta quinta-feira (17), às 18h. Sessão tensa. Se precisar desempatar, o presidente Matias Tomczak já disse que vai votar contra.

OS VOTOS

Chiodini tem maioria na Câmara. Começou com sete votos e tinha contra si só os dois vereadores do MDB. Agora tem teoricamente 6 e na prática, 5. O Executivo perdeu o apoio de Ezequiel de Sousa (UB). Já Maria Rosana (PSD), por sua vez, tem se revelado muito independente nas suas posições. Ela assumiu a vaga de Adilson Comin (PSD), que foi para a Secretaria da Agricultura. Maria Rosana me disse que está estudando o processo, não vai aceitar pressão e vai decidir de forma consciente somente na hora da votação, pensando nos 400 eleitores que votaram nela em 2020.

OS VOTOS DO PSD

Nos bastidores os emedebistas contam com o voto de Maria Rosana (PSD) e esperam a definição favorável, ao impeachment, do Vereador Gerson Peixer (PSD). No entanto, há informações de que Peixer assumiria a presidência da Casa, após uma provável renúncia de Tomczak, no final do ano. Se votar favorável, certamente perderá essa possibilidade. Só vamos saber a partir das 18h.

COBRANÇA

Vai ser um dia de muita negociação e muitas conversas. Esta é a arte da política. A população de Guaramirim ficou muito indignada com os fatos que vieram à tona a partir da Operação Mensageiro. O eventual envolvimento do prefeito em supostas propinas deixou muita gente revoltada. E para boa parte da população, votar contra o afastamento é “passar pano” para a corrupção. O problema é saber se este voto pode comprometer a reeleição no ano que vem. Dizem que o brasileiro tem memória curta. Será?

MENSAGEIRO

Chiodini está preso e virou réu na semana passada. Efetivamente, agora é que teremos o início do chamado “devido processo legal”, quando poderá exercer seu direito de ampla defesa. Para o MP existem fortes indícios do envolvimento. No entanto, nem tudo o que se indicia na investigação policial ou se denuncia pelos promotores, é a verdade real. Ela começa a ser apurada quando o réu exerce, com seus advogados, a possibilidade de defesa.

VICENTE CAROPRESO

Falei de algumas possibilidades eleitorais para 2024 na coluna anterior. Me cobraram a ausência, entre os nomes, do Deputado Vicente Caropreso (PSDB), que estaria sendo ventilado para compor uma eventual chapa de centro-esquerda. Acho pouco provável que Caropreso se arrisque numa eleição contra o poder empresarial. Afinal de contas, do outro lado poderão estar Jair Franzner e Edson Junkes, e possivelmente juntos. Mas, Vicente tem um nome respeitado como parlamentar federal e estadual e sempre surge como possibilidade nos períodos de definições.

QUIETINHOS

Também comentei que os petistas ainda estavam quietinhos. Recebi a informação de uma liderança petista que o partido já está se articulando com professores, lideranças comunitárias e sindicalistas para definir uma forte nominata de candidatos ao Legislativo. E nas eleições majoritárias vai apresentar ou apoiar um nome de centro-esquerda, com bom respaldo da sociedade.

CPI DO SAMAE

Deve ocorrer ainda nesta semana a entrega de um relatório preliminar da CPI para todos os membros da Comissão. O relator Jonathan Reinke me informou que a entrega oficial será no dia 12 de setembro. Em entrevista recentemente na RBN, Reinke rebateu as declarações de que o trabalho “terminaria em pizza”.

O SUL É O MEU PAÍS

Foi infeliz a ideia do Vereador Rodrigo Livramento (NOVO) de convidar o fundador do Movimento Separatista O Sul é Meu País, Celso Deucher, para se manifestar na tribuna da Câmara. Foi prontamente contestado pelos colegas Luis Almeida, Ronnie Lux e Jeferson Cardoso, todos advogados ou formados em Direito. Separar o país é crime previsto na Constituição. Mesmo assim, o Requerimento foi aprovado por 7 votos a 2.

JUSTIFICATIVAS

Livramento alegou que o convidado vai falar sobre “Pacto Federativo” e não sobre Separação. E que o nome do Movimento separatista foi usado porque o palestrante precisava estar atrelado a um CNPJ. Gerou desconforto e constrangimento. Para falar sobre Tributos e seus retornos, imagino que tenhamos gente muito capacitada aqui mesmo em Jaraguá do Sul.

FALA SEPARATISTA

Livramento saiu recentemente em defesa do Governador Zema (MG) nas suas redes sociais. Zema havia sugerido um bloco do Sul para resistir ao Bloco do Nordeste nas disputas tributárias, e foi duramente criticado por uma suposta fala xenófoba. Em seguida, Livramento convidou o fundador do Movimento Separatista. O povo “que não é bobo nem nada”, ligou uma coisa com a outra.

INICIATIVA BOA

Por outro lado, a iniciativa do Livramento em debater essa problemática é boa. Por mais que não seja atribuição do vereador as questões tributárias federais, a distribuição injusta do que pagamos em impostos sempre foi motivo de revolta no sul do país e há muito tempo. Foi por taxações questionáveis no charque que tivemos a Revolução Farroupilha em 1835.

Roni Oliveira Ribeiro é jornalista, radialista e advogado.

Apresenta os jornais Radar 94 (07h) e Plantão Meio-dia (12h).

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