A Justiça de Santa Catarina determinou a destinação de bens arrecadados na campanha “AME Jonatas” para a menina Maria Amélia, de três anos, moradora de Araquari, que sofre de mielomeningocele, uma doença rara e semelhante à atrofia muscular espinhal (AME). A decisão foi tomada pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Crimes contra a Criança e o Adolescente da comarca de Joinville.
A campanha, criada em 2017 para custear o tratamento de Jonatas, diagnosticado com AME tipo 1, arrecadou milhões de reais. O objetivo era viabilizar a compra do medicamento Spinraza, à época importado dos Estados Unidos e com custo estimado em R$ 3 milhões. No entanto, os pais do menino foram condenados por desviar parte dos recursos para uso pessoal.
Entre os bens apreendidos estão roupas, brinquedos, eletrônicos, camisetas e instrumentos musicais doados por artistas e atletas. Os itens com valor comercial serão leiloados, e os demais doados a instituições beneficentes de Joinville. Já os objetos com valor simbólico serão entregues à família de Maria Amélia, que depende de campanhas e doações para custear um tratamento que ultrapassa R$ 150 mil apenas com fisioterapia.
A Justiça também determinou a apreensão de um veículo adquirido pelo pai de Jonatas com recursos desviados da campanha. Avaliado em R$ 140 mil, o carro será vendido, e o valor revertido a entidades que atendem crianças com deficiência.
Os pais de Jonatas foram condenados em 2022. O pai recebeu pena de 44 anos e 29 dias de prisão, e a mãe, 26 anos, 11 meses e 13 dias, ambos em regime fechado. Após esgotados os recursos, o casal foi preso em maio de 2024. Jonatas faleceu em janeiro de 2022, aos cinco anos, em decorrência da doença.