A mesa diretora da Câmara de Vereadores definiu um ponto facultativo de nove dias entre 23 e 31 de dezembro, beneficiando servidores e os próprios vereadores. O Ato número 6 de 2024 da Mesa, foi publicado no diário oficial do município no dia 06 de novembro, assinado pelo presidente Osmair Gadotti, juntamente com os nomes de Jonathan Reinke, Luis Fernando Almeida e Ademar Winter, integrantes da mesa diretora.
O fato foi reclamado na redação da RBN por vários servidores da prefeitura, questionando a diferença de tratamento entre os poderes Executivo e Legislativo, já que na Prefeitura, o prefeito Jair Franzner determinou apenas o dia 24 como ponto facultativo. E mesmo assim, naturalmente, os serviços considerados essenciais serão mantidos em regime de plantão, e as horas as horas trabalhadas não serão consideradas extraordinárias.
O termo “gigante”, usado no título, foi utlizado por um ouvinte da RBN. Segundo ele, depois das eleições os vereadores fazem “sessões relâmpagos” para um “ponto facultativo gigante”.
JEFERSON CARDOZO
O Vereador Jeferson Cardozo (PL) foi o único parlamentar que respondeu os contatos da RBN, opinando em áudio sobre sua concordância ou discordância com o ponto facultativo. Segundo ele, a decisão foi unilateral do presidente e seu gabinete não foi consultado sobre o ponto facultativo. Acrescentou que se trata de uma decisão pós-eleição da “velha política”, destacando que não concorda e repudia a decisão tomada. Ouça a opinião dele no player abaixo:
RESPOSTAS
A reportagem da RBN procurou todos os vereadores em busca de uma opinião em áudio sobre o que acharam da determinação do presidente, mas não obteve retorno da maioria deles. O presidente Osmair Gadotti (MDB) não retornou o contato da RBN, até para informar o procedimento adotado em anos anteriores. A RBN também está aguardando respostas da Assessoria de Comunicação há várias semanas.
O vice-presidente Jonathan Reinke (PODEMOS) não gravou áudio como solicitado, mas destacou que “sobre esse assunto acredito que por uma questão de hierarquia, primeiramente deve ser questionado o Presidente da Câmara”, acrescentou que no seu entendimento “a Vereança em si, não tem férias, e segue com os seus atendimentos para quando forem procurados ou nas demandas, independente de feriado ou ponto facultativo, claro que todas as ações encaminhadas ao Legislativo e ao Executivo precisa de seus funcionários de carreira que também por sua função tem direitos e deveres”. Jonathan ainda destacou que no dia primeiro de janeiro, parte dos servidores de carreira do Legislativo estarão trabalhando na posse dos novos vereadores.
O também integrante da mesa e primeiro-secretário, Luis Fernando Almeida (MDB), também não gravou áudio como solicitado, mas disse que o ponto facultativo foi definido pelo presidente da casa. “Porém, destaco que devido ao fato de não se ter expediente, ou seja, matérias de origem do executivo nesse período e servidores que não possuem férias para ser beneficiado com férias coletivas, creio que esses foram alguns dos critérios adotados pelo presidente”, completou.
O Vereador Anderson Kassner (UB) também preferiu não expressar sua opinião. Disse apenas que essa foi uma decisão da mesa diretora e que ele não faz parte da mesa em 2024.
Os vereadores Rodrigo Livramento (NOVO), Sirley Shappo (NOVO), Nina Camello (PL), Jair Pedri (PSD), informaram que desconheciam o ponto facultativo, que iriam checar a informação e ainda não atenderam o pedido do jornalismo para que opinassem em áudio sobre a “folga” estabelecida pelo Legislativo.
A Vereadora Natália Petry (MDB) não retornou os contatos da reportagem.
Sessão de hoje (14/11). Foto ilustrativa/Site Câmara