A morte de um homem, baleado no peito, por um policial militar no sábado à noite (06/09), no Bairro Jaraguá Esquerdo, por volta das 21h30m, foi a terceira morte em abordagens policiais em Jaraguá do Sul em 2025. Os dados ainda estão sendo apurados, mas, a princípio, até então, não haviam tantos registros em tão pouco tempo na história regional recente da PM. E como nos demais casos, o fato segue gerando muita repercussão com internautas e ouvintes que se dividem entre defender a ação policial ou criticar a letalidade, sem o uso de outros equipamentos como spray de pimenta, choque elétrico, bala de borracha e força progressiva.
PRIMEIRO CASO
Na primeira ocorrência do ano, registrada em fevereiro, uma mulher de 45 anos, foi atingida com um tiro no peito na Ilha da Figueira. Segundo o relatório, a vítima teria investido com um faca contra um dos policiais numa ocorrência de perturbação do sossego alheio, com ameaça e desacato. Em entrevista na época, o Comandante da PM, João Kuze, definiu a situação como “um resultado infelizmente inevitável”. Questionado sobre o uso de equipamentos não letais com balas de borracha, gás de pimenta, tonfas ou armas de choque, o militar informou que o gás de pimenta foi usado e que outras ferramentas não eram indicadas para o ambiente encontrado.
SEGUNDO CASO
A segunda morte efetuada por policial militar durante abordagem ocorreu em junho no município de Corupá. Segundo o relatório, o homem teria sido flagrado em situação de arrombamento e furto e teria reagido com uma faca na chegada dos policiais. Para se defender, um dos PMs efetuou um disparo no peito.
TERCEIRO CASO
O Terceiro e mais recente caso, ocorreu no sábado à noite (06/09), e segundo o relatório da PM, o motorista, após se envolver em dois acidentes de trânsito, abandonou o carro e fugiu. Quando foi localizado teria investido contra os policiais com uma estatueta nas mãos e foi alvejado no peito.
FERIDOS
Em de abril 2025, um homem foi baleado na perna por um policial fardado e de folga na Ilha da Figueira. A PM alegou reação violenta do abordado após ter colidido no carro do policial. Em vídeo encaminhado para a redação da RBN, não foi possível observar reação do abordado antes do disparo feito pelo policial.
Outro caso, não tão recente, mas que chamou muita atenção, foi em setembro de 2021, quando um policial efetuou um disparo de arma de fogo dentro do Pronto-socorro do Hospital São José. Segundo o relatório, o homem estaria transtornado e xingando os atendentes e reagiu contra os policiais na chegada da guarnição. Na ocasião, o entanto Comandante Valdecir de Oliveira, anunciou um inquérito militar interno para apurar as circunstâncias.
REPORTAGEM NSC
Uma reportagem veiculada em agosto deste ano pelo Portal NSC que pode ser acessado neste LINK, mostra que 481 pessoas morreram em supostos confrontos com a Polícia Militar entre janeiro de 2019 e maio de 2025 em Santa Catarina — só na Grande Florianópolis, foram 161. Dados da Secretária de Segurança Pública (SSP) demonstram que houve uma crescente nos números. De 1º de janeiro até 31 de maio de 2025 foram 44 mortes de suspeitos no Estado — um crescimento de 10% em relação ao ano passado, quando foram 40 óbitos no mesmo período.
Para a Polícia Militar de Santa Catarina, o número de confrontos policiais não aumentou de forma significativa. Além disso, a PM alegou que vem intensificando suas ações preventivas e operacionais, alcançando recordes históricos na apreensão de drogas e armas, o que contribui para o reconhecimento de Santa Catarina como o estado mais seguro do país.
Em nota enviada para o Portal NSC, publicada na matéria, a PM SC informa:
“A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) considera que o número de confrontos policiais não aumentou de forma significativa, conforme mencionado em seu questionamento. Por esse motivo, encaminhamos esta resposta por escrito, sem vislumbrar a necessidade de prolongar o assunto. A PMSC vem intensificando suas ações preventivas e operacionais, alcançando recordes históricos na apreensão de drogas e armas, o que contribui para o reconhecimento de Santa Catarina como o estado mais seguro do país. Destaca-se a queda em 22% no número de mortes violentas, atualmente com um dos menores patamares do índice de homicídio da série histórica. Em relação às câmeras corporais, a PMSC já divulgou amplamente os encaminhamentos adotados sobre o tema. Assim que novas soluções forem viáveis, a corporação fará os devidos anúncios. Dessa forma, os resultados, reconhecidos pela sociedade catarinense como positivos, qualificam o efetivo da PMSC para desempenhar suas funções operacionais e administrativas da melhor forma possível”.