O Ifood anunciou neste fim de semana o primeiro pagamento de taxas extras promocionais para os motoboys de Jaraguá do Sul. A medida foi comemorada pelos trabalhadores que, rapidamente, entraram em contato com a RBN para informar a conquista. No entendimento dos motoboys a novidade é resultado das mobilizações realizadas e do apoio dado por parte de veículos da imprensa, entre eles, a RBN. O motoboy Vavá, que esteve na RBN, ao lado de outros motociclistas para falar das mobilizações, destacou a importância do trabalho realizado pela rádio. Agora, eles esperam que outras melhorias sejam anunciadas, inclusive com aumento na taxa mínima.
Outra liderança dos motoboys, Edson Esper, o Tigrão, confirmou a informação das taxas extras anunciadas no último domingo e também acredita que a novidade é fruto das mobilizações realizadas pelos trabalhadores.
MOBILIZAÇÃO
Vários motoboys estiveram na RBN, dia 09 de agosto, para fazer um desabafo sobre as dificuldades que estavam enfrentando na entrega de produtos pelo Ifood.
Segundo eles, o aplicativo paga valores diferenciados por cidades e estados. Na região de Jaraguá e Joinville, os trabalhadores não ganham taxas extras nos dias de chuva e frio, como recebem entregadores de outras regiões do Brasil.
Eles também exigem valores diferenciados para rotas mais distantes. Em outro protesto, realizado no ano passado, os entregadores reclamavam do pagamento de apenas uma rota por três realizadas. O valor pago é R$ 6,50 sem adicional e bônus promocionais. Eles lembram que algumas cidades como Balneário Camboriú e Barra Velha tiveram valores extras e promoções há alguns dias atrás.
IFOOD
Durante a manifestação, o Departamento de Jornalismo da RBN recebeu uma nota da empresa Ifood. No documento enviado para a redação, a empresa não respondeu alguns questionamentos feitos pela reportagem a respeito de preços diferenciados, mas ressaltou que os valores pagos aos entregadores são “baseados em vários fatores”, sem especificá-los com detalhes. O Ifood também destacou que respeita o direito de manifestação pacífica dos trabalhadores e sua livre expressão. Veja a nota abaixo, na íntegra:
“O iFood respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores.
Desde 2019 trabalhamos na construção de espaços recorrentes e permanentes de escuta e melhoria constante.
Sobre os pagamentos, é importante destacar que o cálculo dos valores pagos aos entregadores é baseado em diversos fatores. Entre eles, os mais importantes são a quantidade de paradas ao longo da rota para retirar e entregar pedidos e a distância percorrida entre o aceite do pedido e a última entrega.
Também há um piso que todos recebem — a chamada taxa mínima. Recentemente, o iFood anunciou um aumento do ganho médio de entregadores em 4,5%, considerando as oscilações nos preços dos combustíveis e a inflação, além de um reajuste na tarifa mínima, que passou de R$ 6 para R$ 6,50 em todo o país. Este foi o quarto reajuste de ganhos que a empresa promoveu nos últimos dois anos.
É importante ressaltar que o iFood não retêm ou cobra qualquer valor dos entregadores e os seus repasses de valores são feitos semanalmente”.
REGULAMENTAÇÃO
Em março, o Ifood emitiu uma nota onde declarou que defende a regulamentação do serviço, ao responder críticas de integrantes do governo federal. Na ocasião, o iFood informou que participou ativamente do Grupo de Trabalho Tripartite e negociou um desenho regulatório para os entregadores.
A empresa reforçou que apoia desde 2021 a regulação do trabalho intermediado por plataformas e busca uma regulamentação para delivery que atenda as particularidades e necessidades diferentes dos motoristas, visando proteger os entregadores e preservar a sustentabilidade de seu ecossistema, que gera 873 mil postos de trabalho e atende 40 milhões de consumidores.