A RBN promoveu um debate sobre a proposta que prevê o fim da escala 6×1, com empresários e sindicalistas locais. Ouça as opiniões no final da matéria. O assunto ganhou força nos debates a partir do dia primeiro de maio, dia do trabalhador, após o Presidente Lula se manifestar em rede de rádio e TV na véspera, dia 30 de abril. No pronunciamento, o presidente disse que o governo vai aprofundar o debate pela redução da jornada de trabalho no país.
Mas, por enquanto, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe acabar com essa escala não tem data para ser discutida no Congresso. O texto foi protocolado em fevereiro na Câmara dos Deputados com 234 assinaturas, 63 a mais do que o necessário, mas ainda não foi encaminhado para as comissões.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL), autora da PEC, diz que o texto foi apresentado para ser debatido. A proposta inicial é de 4×3 com 36 horas com o objetivo de chegar a um meio termo de 5×2 com 40 horas semanais. A deputada acrescentou que a carga de 44 horas semanais do Brasil é uma das maiores do mundo, comparada a países como China e Índia.
OPINIÃO EMPRESARIAL
Em Jaraguá do Sul, o segmento empresarial se posiciona completamente contra qualquer mudança. O empresário do setor industrial e Presidente da CDL, Paulo Roberto Schwarz, disse que a escala 6 x1 está prevista na constituição e trabalhar nos fins de semana é normal e tradicional, com aberturas do comércio também aos domingos.
O Vice-presidente da Fiesc na região, Célio Bayer, também se posicionou contra as mudanças. No entendimento dele, o congresso deveria ter pautas de qualificação e valorização, ao contrário de debater turnos e horas. Para ele, o importante é motivar o trabalhador pela qualificação.
OPINIÃO SINDICAL
A RBN também entrou em contato com os maiores e principais sindicatos de trabalhadores em Jaraguá do Sul. Naturalmente, os sindicalistas defendem uma mudança com menos horas, viabilizando o que chamam de “qualidade de vida”.
A Presidente do Sindicato dos Comerciários, Ana Roeder, lembrou experiências mostrando mais produtividade associando bem estar, satisfação e mais saúde. Para ela, p fim da escala 6×1 é uma necessidade urgente no país:
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Vilmar Garcia, destacou que a escala 6×1 prejudica o trabalhador, especialmente no setor de comércio e serviço, já que o trabalhador nunca vai ter um período maior com a família:
Já o representante do Sindicato dos Trabalhadores em estabelecimento de saúde, Almir Alexandre, reclamou a pouca valorização salarial e defendeu urgência no fim da escala 6 x1 para possibilitar mais qualidade de vida e saúde aos trabalhadores:
OIT
Gráficos recentes divulgados pela OIT – Organização Internacional de Trabalho (Veja gráficos abaixo), mostram a carga horária dos trabalhadores em vários países do mundo. No gráfico de médias horas semanais, dos países do G20, os brasileiros ficam somente atrás de países como Rússia, Indonésia, China e Índia. Canadá, Austrália e Alemanha com 32 e 34 horas, são os que menos trabalham.
Em outro gráfico com médias de horas anuais dos países da OCDE, os alemães com 1.349 horas são os que menos trabalham. Brasil, Colômbia, Costa Rica e México, a partir de 1.936 horas, são os que mais trabalham anualmente.



Marcello Casal Jr/Agencia Brasil/Redes Sociais