Discriminação: Negros seguem invisíveis na sociedade de Jaraguá do Sul

Dia da consciência negra é uma data para debates, reflexões e busca demais espaço e oportunidades. A afirmação foi feita pelo presidente do MOCONEVI (Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocú), Francisco Alves, em entrevista na RBN, nesta semana, na RBN, ao apresentador Roni Oliveira, no Jornal Portal RBN.

A data foi marcada por um evento cultural na Arena Jaraguá com apresentações de música e dança. Alves fez um desabafo sobre a necessidade de mais inclusão social. “Você não vê as pessoas negras na sociedade, nos cargos de chefia, nos cargos de confiança nas prefeituras, na polícia, são poucos”, destacou. Para o presidente do Moconevi, a discriminação racial ainda existe de forma velada e segue sendo responsável por manter os negros na invisibilidade.  Ouça parte da entrevista de Francisco Alves no player abaixo.

FRANCISCO ALVES

Francisco Alves participa do movimento desde a criação, foi o primeiro vereador negro da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, eleito em 2008 e foi presidente da Câmara em 2012.  No cargo, Francisco desenvolveu algumas leis em conjunto com outros vereadores, como a lei da Semana da Consciência Negra e de Ação Anti-Racista, que é realizada no mês de novembro de cada ano, em Jaraguá do Sul.

MOCONEVI

O Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu – MOCONEVI – foi fundado em 05 de agosto de 2001, a partir da preocupação com a necessidade de organizar a etnia Afro no Vale do Itapocu. O MOCONEVI abrange os municípios de Jaraguá do Sul, Guaramirim, Corupá, Schroeder, Massaranduba, São João do Itaperiú e Barra Velha.  Como teve muitos professores e educadores no grupo fundador, o movimento atua fortemente na área da educação, para a efetiva aplicação da Lei 10.639/03, que obriga as escolas de ensino fundamental e médio a ensinarem sobre história e cultura afro-brasileira, e também em apoio nas ações de evidente discriminação racial.

Nesse sentido, com apoio do CDH, o Movimento tem caráter combativo e autônomo que, “apesar de ter como sujeito de suas reivindicações os cidadãos afro-brasileiros, trabalha sem distinção de etnia, sexo, grau de instrução, credo religioso ou político, recebendo em seu seio, pessoas que venham contribuir para a melhoria e mudança da sociedade”.

Entre os objetivos gerais estão: Manter intercâmbio com organizações culturais e congêneres; Promover encontros artísticos e culturais étnicos; Resgatar a história e a cultura dos afro-brasileiros; e combater o racismo, a discriminação e o preconceito.

Francisco Alves, presidente do MOCONEVI

Roni Oliveira e Francisco Alves. Entrevista, feita ao vivo, pode ser assistida na íntegra no Youtube da RBN.

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