Crime ambiental: Major fala em possibilidade de prisão de empresários

O Comandante da 2ª Companhia da Polícia Ambiental, Major Ruy Florêncio Teixeira Junior, declarou em entrevista na RBN, que os empresários responsáveis pelos recentes crimes ambientais de Jaraguá do Sul, poderão sofrer pena criminal de prisão. O militar se referia os crimes que provocaram interrupção no abastecimento de água em Guaramirim e a grande mortandade de peixes no Rio Jaraguá. Segundo ele, a Polícia Ambiental está aguardando a finalização dos trabalhos pela Fujama, para, na sequência, com base nos mesmos documentos, concluir o inquérito policial que pode ter como resultado, os pedidos de prisão. Durante a entrevista, o militar anunciou ações de inteligência com operações no segundo semestre em função da recorrência criminal de algumas empresas na região de Jaraguá do Sul.

2ª COMPANHIA

A região de Jaraguá do Sul é atendida pela Segunda Companhia da Polícia Ambiental, sediada em Joinville, que também atua em 15 municípios da região nordeste do estado, passando por Itapoá, Barra Velha, Barra do Sul e São Francisco do Sul no litoral, além de Joinville, Jaraguá do Sul, Campo Alegre e São Bento do Sul. A 2ª Companhia faz parte do 1º Batalhão da Polícia Ambiental de Florianópolis.

CIANETO, CROMO NÍQUEL NA ÁGUA

Os resultados laboratoriais de uma coleta realizada pela FUJAMA em 31/07/2025, recebidos em 13/08/2025, após a contaminação do Rio Itapocuzinho que suspendeu o abastecimento de água, confirmaram a existência de grave contaminação: água ácida e presença de diversas substâncias em concentrações elevadas, incluindo ferro, zinco, cobre, níquel, cromo e cianeto — elementos perigosos à saúde humana e típicos de processos industriais de galvanização.

A Fujama informou que a competência originária para fiscalizar e licenciar a empresa é do órgão estadual, ao qual cabe determinar ajustes operacionais necessários para evitar o lançamento de poluentes. Ainda segundo a Fundação, encaminhará os relatórios ao Ima e à Prefeitura de Guaramirim, reforçando que o problema é conhecido desde 2020 e que sua solução depende de providências do órgão estadual, responsável pelo licenciamento, fiscalização e eventual aplicação de determinações para alteração do processo produtivo da empresa.

RIO JARAGUÁ

A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), aguarda para a próxima semana o resultado de todas as análises das amostras de água coletadas em vários pontos do ribeirão onde ocorreu a contaminação que resultou na mortandade de milhares de peixes. O caso ocorreu no dia 23 de agosto, em uma região do bairro Rio Cerro.

Segundo o biólogo da Fujama, Gilberto Duwe, duas análises já estão prontas, mas a fundação aguarda todos os laudos para uma conclusão mais precisa e definitiva. “Com essas duas análises que vieram, já temos alguns indicativos. São informações bem importantes, só que precisamos de todos os resultados para seguirmos com os procedimentos cabíveis para o caso, inclusive, com a autuação dos responsáveis”, explica.

O CRIME

A contaminação que resultou na mortandade de centenas de peixes sábado (23/08), deve ter ocorrido no ribeirão localizado na região do bairro Rio Cerro onde foi constatada a possível origem. O ribeirão deságua no rio Cerro, afluente do rio Jaraguá. Em toda a extensão do ribeirão, passando pelo rio Cerro, rio da Luz e rio Jaraguá, onde foram avistados vários peixes mortos.

Empresas daquela região também foram vistoriadas por fiscais da fundação, e os técnicos da Fujama coletaram amostras da água para análise em laboratório. Com o resultado – que leva de 15 a 20 dias para sair – será possível identificar que tipo de substância causou a morte dos peixes e, consequentemente, o responsável pela contaminação.

MORTES

Uma força-tarefa formada por equipes da Defesa Civil, Secretaria de Obras, Bombeiros Voluntários e do Clube de Canoagem Kentucky, percorreu vários pontos do Rio Jaraguá, na terça-feira (26/08). O grupo fez a retirada dos peixes que apareceram mortos, devido a contaminação de um ribeirão, entre os bairros Rio Cerro e Rio da Luz, que deságua no Rio Cerro, afluente do Rio Jaraguá.

Os animais foram recolhidos e transferidos para sacos plásticos. Posteriormente, os peixes foram encaminhados para o aterro sanitário da cidade de Mafra. Estima-se que mais de 2 toneladas de peixes mortos foram recolhidos.

Major Ruy Florêncio Teixeira Junior

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