Morre Brigitte Bardot, atriz francesa que se tornou ícone do cinema

Por: Alison Correa

A atriz francesa Brigitte Bardot, que faleceu aos 91 anos, foi uma das personalidades mais influentes do cinema dos anos 1950 e 1960, conhecida por desafiar padrões e redefinir a representação feminina na tela. Bardot personificou uma era de liberação sexual e se tornou símbolo de uma nova estética, embora sua própria relação com essa imagem fosse conflituosa.

Alvo de intenso marketing como símbolo sexual, Bardot se ressentiu de ser constantemente associada à sensualidade, frustrando seu desejo de ser reconhecida como atriz séria. Eventualmente, abandonou a carreira cinematográfica para dedicar-se à defesa dos direitos dos animais, criando a Fundação Brigitte Bardot, que arrecadou milhões de francos para campanhas de proteção animal.

Ao longo de sua vida, a atriz também se envolveu em polêmicas por declarações homofóbicas e racistas, que resultaram em múltiplas multas por incitação ao ódio. Seu filho, Nicolas Charrier, chegou a processá-la após ela afirmar que teria preferido “ter dado à luz um cachorrinho”.

Infância e formação

Brigitte Anne-Marie Bardot nasceu em Paris, em 28 de setembro de 1934, em uma família católica e abastada. Criada com disciplina rigorosa, estudou balé desde os sete anos e destacou-se como aluna exemplar no Conservatório de Paris. Durante a ocupação alemã, passou grande parte do tempo em casa, dedicando-se à dança e à música.

O surgimento de uma estrela

Aos 15 anos, Bardot começou a posar para a revista Elle, chamando atenção por seu estilo moderno e natural, distante das convenções elegantes da época. Com o corpo atlético de bailarina e cabelos soltos, tornou-se símbolo de um novo ideal de juventude, ganhando fama rapidamente em Paris.

O diretor Marc Allegret percebeu seu potencial e apresentou-a a Roger Vadim, que se tornaria seu primeiro marido e principal mentor cinematográfico. Com Vadim, Bardot encontrou as primeiras oportunidades no cinema, consolidando sua imagem de jovem sensual e provocadora.

O estrelato internacionalO filme E Deus criou a mulher (1956), dirigido por Vadim, tornou Bardot uma sensação internacional. Nos Estados Unidos, sua performance ousada e sensual causou choque e fascínio, transformando-a em um ícone cultural. Filósofas e artistas, como Simone de Beauvoir, celebraram Bardot como símbolo de liberdade feminina, enquanto a moral conservadora americana a criticava duramente.

Ao longo dos anos, Bardot se envolveu em diversos relacionamentos, casou-se três vezes e teve um filho, mas enfrentou dificuldades pessoais, incluindo tentativas de suicídio e conflitos familiares. Apesar de ser uma das atrizes mais bem pagas da França, ela reclamava da limitação de papéis e da pressão para se despir em cena, o que dificultou seu reconhecimento como atriz dramática.Carreira musical e artísticaAlém do cinema, Bardot gravou discos ao lado de artistas como Serge Gainsbourg e Sacha Distel. O lançamento de Je T’aime… Moi Non Plus com Gainsbourg foi proibido pela própria atriz, mas a versão com Jane Birkin tornou-se sucesso europeu.

Ativismo e últimos anosEm 1973, Bardot deixou o cinema e concentrou-se em campanhas de proteção animal. Tornou-se vegetariana e se destacou na luta contra o abate de focas, comércio de peles e maus-tratos a animais em diversos países.Nos últimos anos, suas opiniões políticas e sociais geraram polêmicas, resultando em processos judiciais e multas por incitação ao ódio. Apesar disso, sua influência cultural permaneceu significativa: Bardot continua sendo lembrada como um ícone da liberdade feminina, da beleza e da irreverência no cinema francês.

Brigitte Bardot deixa um legado complexo, marcado pelo impacto artístico, controvérsias pessoais e dedicação à causa animal, refletindo uma vida intensa e cheia de contrastes.

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