A redução de verbas do DNIT Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026 para obras e manutenção de rodovias federais em Santa Catarina é vista com preocupação pela Federação das Indústrias (FIESC). Em documento enviado nesta quinta-feira (2), ao Ministro dos Transportes Renan Filho, a entidade destaca que os R$ 506,7 milhões alocados para o estado são insuficientes para a conclusão de obras em andamento e para a manutenção preventiva.
Na região, o Vice-presidente na região, célio Bayer, reforçou a preocupação na região norte de Santa Catarina, e lamentou a morosidade das obras.
Em entrevista na RBN, o Superintendente do DNIT, Amauri Sousa Lima, comentou a manifestação da FIESC. Segundo ele, no caso da BR 280, o valor de 80 milhões de reais divulgado, consta no Pré-LOA, que é uma prévia para o orçamento de 2026, mas que segundo ele não foi aprovado ainda. “Já estamos nos mobilizando para a ampliação desse valor e é bem provável que tenhamos até 150 milhões”, destacou, acrescentando que apesar do valor ser baixo, está bem acima da média investida na região desde 2015.
Lima informou que lote 2.2 da BR 280, que abrange os túneis do Vieras, na região de Jaraguá do Sul e Schroeder, deve estar concluído e liberado até o final de 2026. Já o lote 2.1 de Araquari será entregue no primeiro semestre de 2026 e o contorno viário de São Francisco deve ter licitação para a retomada das obras em novembro deste ano.
PREOCUPAÇÃO
A expectativa da FIESC é de que, considerando a proposta atual, haverá comprometimento da execução e dos prazos em diversas rodovias, como as BRs 470, 280, 163, 285 e 282. “Essas rodovias são fundamentais para a competitividade de Santa Catarina, na geração de renda, arrecadação de tributos, manutenção e criação de empregos”, afirma o presidente da FIESC, Gilberto Seleme.
Levantamento da entidade mostra redução significativa de recursos destinados ao estado: a LOA de 2026 prevê redução de 50% na comparação com a dotação recorde de 2023 (R$ 1,04 bilhão). Também representa uma queda relevante em relação aos anos de 2024 (R$ 780,8 milhões) e 2025 (R$ 651,9 milhões).
Na avaliação da FIESC, o valor previsto para manutenção, conservação, recuperação e restauração de estradas federais, de R$ 327,2 milhões, seria adequado se a obra de contenção da BR-285 não estivesse incluída no montante. A sugestão é que essa obra receba um aporte adicional de R$ 51 milhões.
Confira abaixo o impacto estimado pela FIESC em cada rodovia:
BR-470/SC
Valor necessário: R$ 200 milhões
Valor previsto para 2026: 50 milhões (25% do montante necessário)
Obras afetadas: duplicação entre Navegantes e Indaial e a licitação da construção do viaduto no km 138 em Rio do Sul
Prazo original:entre 2017 e 2018
Impacto esperado: neste ritmo, é provável que a duplicação não alcance a eficiência e a segurança adequadas, tornando-se cada vez mais difícil prever a sua conclusão.
BR-280/SC
Valor necessário: R$ 209 milhões
Valor previsto: R$ 80 milhões
Obras afetadas:
a) Retomada do Lote 1 – BR 101 a São Francisco do Sul – R$ 60 milhões
b) Conclusão do Lote 2.1 – Entroncamento BR-101 – Guaramirim – R$ 29 milhões
c) Andamento do Lote 2.2 – Guaramirim – Jaraguá do Sul- R$ 120 milhões.
Prazo original: 2017
Impacto esperado: postergação ainda maior do prazo contratual para a conclusão das obras
BR 163/SC
Valor necessário: R$ 30 milhões
Valor previsto: R$ 20 milhões
Obras afetadas: adequação de capacidade
Impacto esperado: andamento da obra de adequação de capacidade
* Além disso, é fundamental assegurar a continuidade da implantação do pavimento rígido no trecho entre São Miguel do Oeste e Guaraciaba, estimado em R$ 120 milhões.
BR-285/SC
Valor necessário: R$ 51 milhões (aporte adicional, a ser acrescentado ao valor previsto para manutenção)
Obras afetadas: obras de contenção da rodovia
Prazo original: 31 de dezembro de 2025
Impacto esperado: considerando que até agosto de 2025 foram executados apenas 20% do previsto, a expectativa é de atraso.
BR-282/SC
Valor previsto: R$ 20 milhões
Prazo original: março 2026
Obras afetadas: execução de obras de terceiras faixas, trecho Palhoça – Alfredo Wagner. * É importante dirigir especial atenção para contemplar um valor adequado para a ampliação de capacidade (terceiras-faixas), que é emergencial.
Com informações da Assessoria da Fiesc
