Vários ouvintes se manifestaram indignados na RBN relatando uma ocorrência que teria envolvido dois policiais militares numa abordagem ‘supostamente’ violenta contra um homem negro de 65 anos, em Guaramirim, na semana passada. O homem, segundo pessoas que participaram no ar e fora do ar, é bastante conhecido na comunidade como um senhor pacato, trabalhador e teria ficado bastante machucado em consequência da ação policial. Segundo relatos (áudios no final da matéria), a vítima estava na frente de uma residência onde prestaria um serviço. Neste momento, a viatura parou, o idoso perguntou se teria acontecido alguma coisa, os policiais teriam saído do carro e imobilizado o idoso no chão com força excessiva, alegando que ele teria praticado desacato.
O Departamento de jornalismo tentou localizar o idoso através dos ouvintes, mas foi informada por pessoas do bairro, que o conheciam, que ele estaria mais recolhido, não estaria saindo de casa e preferia não fazer declarações. Por respeito, não houve insistência por parte da reportagem.
A RBN entrou em contato com o comando da PM para confirmar a veracidade dos relatos e aguardou o retorno para um contraponto ou contestação para esclarecer eventual confusão nas informações até a publicação da reportagem. No entanto, o comandante da Companhia de Guaramirim, Capitão Anderson Andrey, não retornou os contatos da reportagem. Já o Comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel João Kuzze, disse que preferia não se manifestar.
A RBN vai enviar os mesmos questionamentos para o Comando Regional e Estadual da PM.
CÂMERAS CORPORAIS
O uso de câmeras corporais foi encerrado pela Polícia Militar de Santa Catarina em 16 de outubro de 2024. O estado foi o primeiro do país a inserir o mecanismo nas fardas dos policiais, em 2019.
A decisão ocorre após recomendação do Estado-Maior da PMSC, órgão subordinado ao Comando Geral da PM, e responsável por toda a supervisão e controle das atividades militares. Segundo o coronel Jailson Franzen, falta de manutenção pela empresa que forneceu os equipamentos, pouco armazenamento disponível e instabilidade no acionamento delas definiram a medida.
A empresa disse em nota que a falta de manutenção “deve-se a uma decisão exclusiva da Polícia Militar de Santa Catarina, que optou por não renovar o contrato de manutenção dos equipamentos, que teve o seu vencimento em Setembro/2023” (Com informações do G1)
INQUÉRITO NO MP
A 40ª Promotoria de Justiça da Capital instaurou um inquérito civil para apurar a suspensão do uso de câmeras corporais pela Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). Os equipamentos não são mais usados pela PMSC desde setembro (2024).
De acordo com o Promotor de Justiça Jádel da Silva Júnior, titular da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, o uso das câmeras corporais pela PM representa o fortalecimento da prova, a diminuição de índices criminais, o combate à violência e o controle do uso da força policial.
“Entendo que, além da necessidade do aprimoramento tecnológico das câmeras, é necessário submeter os policiais a treinamentos e capacitação específicos para o uso das câmeras durante as ações e abordagens policiais, e não apenas o conhecimento do uso da ferramenta”, afirmou o Promotor de Justiça.
