Vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) enfatizou a importância de concentrar os esforços do governo no apoio aos municípios para combater o mosquito da dengue.
Durante uma reunião do colegiado realizada nesta quarta-feira, 6, o deputado expressou a necessidade de reforçar a gravidade da doença por meio de campanhas de publicidade.
O diretor de Vigilância Epidemiológica (DIVE), João Augusto Brancher Fuck, também participou da reunião e apresentou um cenário epidemiológico alarmante, com 156 municípios do estado registrando infestação do mosquito, principalmente nas regiões Oeste e Nordeste.
Dr. Vicente destacou que a luta contra a dengue requer ação contínua, não apenas em eventos específicos como o “Dia D”, mas todos os dias, envolvendo a população na identificação e eliminação de possíveis focos do mosquito. Ele ressaltou a importância de conscientizar a população sobre seu papel nessa batalha contra uma doença que pode ser fatal.
Além disso, enfatizou a necessidade de intensificar a fiscalização nos níveis municipais e apoiar as prefeituras, buscando profissionalizar o trabalho de combate à dengue, inclusive com o uso de tecnologias como o georreferenciamento.
O deputado também apontou a necessidade de atenção especial ao público que faz uso recorrente de medicamentos específicos, como os anticoagulantes, usados no tratamento de doenças cardíacas.
Mais recursos federais
Dr. Vicente anunciou que irá pressionar o Ministério da Saúde a revisar a portaria que regulamenta o repasse de recursos para os municípios montarem equipes de combate ao mosquito. Ele solicitou que a Comissão de Saúde emita uma moção cobrando essa medida do governo federal.
Segundo explicação do diretor da Dive, a portaria federal utiliza dados epidemiológicos de Santa Catarina de 2014 como referência, ano em que apenas 8 municípios registraram infestação de mosquito da dengue. Uma atualização desses dados poderia triplicar o valor repassado aos municípios, aumentando de R$ 3 milhões para R$ 10 milhões por mês, o que permitiria a formação de 3,6 mil equipes de combate à endemias, em comparação com as atuais 1,2 mil.
Vacinação
O deputado também demonstrou preocupação com a baixa adesão à vacina contra a dengue. Apenas 17% do público-alvo foi alcançado nas 13 cidades onde a vacinação está em andamento em Santa Catarina. É importante destacar que a vacina contra a dengue pelo SUS é limitada e destinada a um público específico, composto por crianças entre 10 e 11 anos.
Diante da baixa procura, o governo estadual está considerando ampliar a faixa etária para até 14 anos.